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A RELAÇÃO ENTRE A SAÚDE DA PELE E AS EMOÇÕES
“O mais profundo no homem é a pele”
Paul Valéry
Não é nenhum exagero dizer: nossa saúde mental afeta nosso corpo de maneira integral. E esse assunto não é novo por aqui. Os estudos da neurociência têm mostrado, cada vez mais, que pensamentos e sentimentos influenciam o funcionamento de nossos órgãos e de cada uma de nossas células.
A pele dá sinais de como lidamos com as emoções diárias e engana-se quem a vê apenas como uma barreira. O maior órgão do corpo humano é um grande espelho da saúde física e mental do indivíduo. E pode tanto somatizar sensações negativas, como também arrepiar-se diante de informações sensíveis, como uma música ou um carinho. Pois ela também é nosso órgão de contato com o mundo, de sentimentos íntimos, secretos e profundos. Uma alegria, um prazer, uma surpresa boa… e sua pele responde. Preocupações causam rugas. Boas ocupações amenizam. O fato é que a pele sempre responde. Seja com cabelos brancos, aparência de cansaço, olheiras, sorrisos, no apertar de mãos: ela responde.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a cada três pacientes com “doenças cutâneas” uma é de origem emocional. Os motivos podem ser variados: uma demissão no trabalho, uma crise financeira, a perda de um familiar, a separação. Estados como depressão, ansiedade ou estresse modificam alguns componentes químicos cerebrais desencadeando sintomas físicos como coceira, descamação, manchas e escoriações. São as chamadas psicodermatoses. Uma das principais explicações fisiológicas está no fato de que na evolução do embrião humano, pele e cérebro são desenvolvidos a partir da mesma estrutura, o ectoderma. Essa interação foi descrita como sistema neuro-endócrino-imuno-cutâneo (NICS).
Daí vem o estresse, agudo ou crônico, como um importante fator na regulação desse sistema, pois afeta o eixo neurológico central, gerando uma cascata de liberação de hormônios do estresse, os quais têm ampla rede de receptores no sistema imunológico e na pele.
Como espelho do físico e da alma, a pele evidencia várias patologias, como uma vitrine. Vitiligo, psoríase, alopecia areata, acne, dermatite seborreica e atópicas, onicofagia (roer as unhas), escoriação neurótica (hábito de manipular lesões pré-existentes), prurido psicogênico (ato de coçar sem haver doença de pele), entre outras.
A pele é habituada a respostas, de todo tipo. Via de entrada e de saída das emoções. Para além do estresse, engolir sapos, guardar mágoas e relevar tristezas também provocam respostas visíveis e quase que imediatas na pele. Vermelhidões, escamas, ardores, bolinhas, coceira, placas, roxinhos, secura… No fim das contas, é só a pele respondendo. É o jeito que ela tem de conversar, de se comunicar.
É preciso entender e respeitar o tempo de cura das lesões de pele. Porque a pele está o tempo todo respondendo a tudo o que acontece.
Negligenciar a própria saúde, esquecer de cuidados básicos e desobedecer o bom senso são venenos perigosíssimos aos quais a pele sempre responde. Tomar sol fora de hora, comer demais, beber demais, trabalhar demais, preocupar-se demais causam respostas na pele. Dormir de menos, cuidar-se pouco, exercitar pouco o corpo e a mente fazem a pele responder com tristeza. E tristeza faz muito mal não só à pele, mas ao organismo como um todo.
Quando você é capaz de um gesto de cuidado consigo mesmo, a sua pele responde. Ao esquecer-se de uma providência importante em prol da sua saúde, sua pele vai responder de pronto. Ela responde ao clima, à chuva, ao sol, ao ar fresco e ao ar-condicionado. Responde aos alimentos que escolhemos e à quantidade de líquido que ingerimos. Responde à roupa que usamos, aos produtos que aplicamos e até mesmo às companhias que mantemos!
Alegrias estimulam o colágeno. Esperanças revigoram o viço. Trabalho honesto preenche as horas boas da vida e os sulco que as dores inevitáveis da vida desenham em nossa face. A pele sempre responde.
Repare: mande um recado bonito a você mesmo, faça um gesto de apreço por sua saúde. Declare o seu afeto a quem merece. Aproxime-se dos seus. Declare amor a quem você ama. Resolva pendências internas e externas. A sua pele também vai responder. Mais bela, vigorosa e saudável. Porque a pele sempre responde.
Conheça as 8 principais doenças de pele de fundo emocional:
Distúrbio em que ocorre perda de melanócitos, células que produzem a melanina, pigmento que dá cor à pele. Surgem manchas lisas e esbranquiçadas.
Sua causa está relacionada com a predisposição genética. Trata-se de doença autoimune, onde o próprio sistema de defesa entra em curto e produz anticorpos que destroem essas células. Fatores emocionais como a tristeza por perdas (morte ou separação) podem desencadear ou piorar as manifestações da doença.
A rosácea é uma inflamação crônica que se dá na pele do rosto, atingindo principalmente o centro da face, mas podendo se expandir para as bochechas, nariz, testa e até no queixo. Essa doença tem como característica uma vermelhidão nas áreas afetadas, pequenas bolinhas vermelhas, vasodilatação e lesões semelhantes à acne. Algumas estimativas falam que 1 em 10 pessoas podem apresentar a doença.
Costuma aparecer por volta dos 30 anos de idade e as causas ainda não são completamente conhecidas, mas sabe-se que alguns ‘gatilhos’ que disparam os sintomas são estresse, bebidas alcoólicas, mudanças extremas na temperatura ambiente, temperos apimentados, exposição ao sol e banhos muito quentes.
Doença inflamatória em que as glândulas sebáceas produzem muito óleo, a ponto de fechar os poros, promovendo o ataque de bactérias. Confrontada à acne típica da adolescência, a da mulher adulta provoca espinhas mais inflamadas, doloridas e profundas, sobretudo no queixo, na região da mandíbula e no pescoço.
Suas causas estão relacionadas à hereditariedade, mudança hormonal, calor e cosméticos. O fator emocional como o estresse promove uma descarga de cortisol, que estimula a síntese do hormônio masculino e faz a glândula sebácea trabalhar mais.
Desordem que produz queda de cabelo súbita, deixando falhas em áreas arredondadas do couro cabeludo.
Sua causa é de tendência hereditária e é mais comum entre 20 e 50 anos, sendo que 70% dos pacientes têm o primeiro episódio antes dos 25. Pode ser passageira ou persistente. Os fatores emocionais do desencadeamento da doença podem estar relacionados ao estresse ou a um trauma, dando início à produção de anticorpos contra o folículo piloso.
Inflamação crônica distinguida por lesões avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas. Aparecem nos cotovelos, joelhos, no couro cabeludo e nas unhas ou espalhadas pelo corpo. Às vezes ataca as articulações. Dos cerca de 5 milhões de brasileiros atingidos pela psoríase, um quarto enfrenta estágios de moderado a grave, com impacto na qualidade de vida.
Suas causas têm relação com a genética, sendo atualmente doença sistêmica, devido à sua associação com obesidade e doenças cardiovasculares. Pessoas tensas e perfeccionistas estão mais sujeitas a desenvolver a doença, desencadeada muitas vezes pelo estresse. Irritações na pele e a baixa umidade do ar podem ocasionar e complicar as crises, que se instalam quando o ritmo de renovação da pele se acelera devido a alterações nas defesas locais.
Erupções e crostas na face, no couro cabeludo, pescoço, nas mãos, nos pés, dobras dos braços e das pernas provocadas por inflamação crônica. A coceira é tão intensa que há risco de a pessoa se ferir e infectar as lesões. Mais comum em portadores de asma e de rinite alérgica. É mais comum na infância, tendendo a melhorar com o passar dos anos, mas pode também iniciar e persistir na vida adulta.
A causa está relacionada à genética. Banho quente, sabonetes e atrito da toalha podem ressecar a pele e provocar lesões. O estresse é um fator que agrava ainda mais o problema, surgindo novas feridas e mais coceiras. Essa dermatite atinge mais de 3,5 milhões de brasileiros.
Inflamação da pele que produz vermelhidão, coceira e descamação nas áreas de maior concentração de glândulas sebáceas no corpo: em torno do nariz, nas sobrancelhas, atrás da orelha, na face e no peito. No couro cabeludo, pode acarretar a incômoda caspa.
Suas causas ainda não são esclarecidas, mas sabe-se que a presença de um fungo, o Pityrosporum Ovale, bem como o estresse elevado deflagram os episódios. Clima seco e alterações hormonais também podem desencadear os surtos. Essa dermatite atinge 18% da população mundial, a maioria entre 18 e 45 anos.
A hiperidrose cortical ou emocional é uma forma de hiperidrose generalizada, provocando suor constante e excessivo. Ela é mais evidente em certas áreas como axilas e palma das mãos.
A causa deste quadro é agravada ou desencadeada por fatores ou estados emocionais. As glândulas sudoríparas são normais e não ocorre alteração da colinesterase. O estresse é considerado como parte fundamental.
Se você identificou algum desses sintomas, fique atento! Cuide já da sua pele e do seu estado emocional. Procure especialistas e lembre-se que um atendimento multidisciplinar, especialmente nestes casos, tem maior chances de sucesso!
Drª Duaila Ledur CRBM-PR 0390
Mestre em Ciências Quânticas da Saúde e Biomédica Especialista em Estética
Criadora e Fundadora do Conceito BEC | Bem-estar Consciente
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